Em casa a manhã me acorda com um sol refletindo sobre o vidro de minha janela e vindo bem em meu rosto, ligo a tv para ver o que passa e nela apenas aparecem tragédias, tudo tão contraditório, um dia tão lindo como o que eu acordei pode está sendo tão ruim para outras pessoas.
Desliguei a Tv e saí um pouco de casa para tentar tirar um pouco desses pensamentos de minha mente. Logo na porta de minha casa vejo a uma mulher passando com o filho que chorava atras dela, não entendi de fato qual o motivo, mas parecia ser por conta de algo que ele queria e a mãe havia o negado. Andado um pouco pela calçada vejo um cachorrinho cheirando o lixo atras de restos para se alimentar.
Passeio por um belo parque, o dia passa depressa diante de toda aquela beleza que o parque proporciona, bateu uma fome, cacei algo ali perto para poder almoçar, enquanto eu como um mendigo chega até mim pedindo para dar-lhe o que sobrar, dei-lhe o que restou e voltei para casa. 
A noite refleti meu dia e percebi que mesmo vendo tudo aquilo eu não fiz nada para mudar, o meu dia começou tão bem eu poderia tentar tornar o das outras pessoas melhores também. No dia seguinte, acordei com uma sensação de culpa, a noite me atormentará com flashs de imagens vindo a todo momento.
Liguei a TV, vi de novo tragédias e tragédias então percebi que uma noite ruim de sono não era nada diante do que as outras pessoas estavam passando, tomei meu café, sai de casa decidida a adotar aquele cachorrinho que havia visto no dia anterior, achei ele novamente cheirando os mesmos destroços do dia anterior, cheguei com leite e ração para ele, levei-o para casa, levei ao veterinário e cuidei dele, me tornei sua dona.
No dia seguinte, abrindo o jornal li uma reportagem de atendimento à pessoas carentes, fui então a procura do cara que havia me pedido alimento, fui ao mesmo restaurante, lá estava ele na porta esperando as pessoas chegarem para pedir as sobras, pedi ao garçom dois pratos, quando ele se aproximou de mim, chamei-o para sentar-se a mesa que seu almoço estava quase a chegar, ele não quis aceitar mas disse a ele que queria poder conversar com ele, um pouco desconfiado mas muito faminto aceitou, o almoço logo chegou e conversamos sobre o porquê dele ter chegado aquelas condições, enquanto comíamos me emocionei com sua história, depois da longa conversa, mostrei-lhe o programa que havia lido no jornal, disse-lhe que não tinha condições para fazer algo por ele, mas que muitas vezes as pessoas precisam apenas de uma informação para mudar a sua vida. Ele ficou grato.
A noite dormi feliz e ao lado do meu cachorro, fiquei contente com as coisas que havia feito e percebi que durante anos sempre me preocupei apenas comigo, em mim, para mim, mas o que vai me marcar pelo resto de minha vida foi o dia de hoje, fazer o bem é bom e muda muitas concepções sobre a vida, o mundo e o homem.
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